Ayrton Senna, nosso ídolo maior na Fórmula 1, nos deixou em um 1º de maio. O feriado do Dia do Trabalho imediatamente antes de nossa conquista da Copa do Mundo de Futebol em 1994. Mas tive que esperar o resultado do GP de Portugal para escrever estas palavras.
Tive que escrever depois porque eu tinha esperanças de que Lewis Hamilton vencesse a prova hoje. E isto seria uma bela homenagem ao artista Huariu que fez a maravilhosa obra exibida na imagem deste artigo: colocando lado a lado Ayrton Senna e Hamilton em uma imagem dizendo que as lendas também têm seus heróis. Foi emocionante contemplar esta imagem!
Além do mais, o GP de Portugal é muito especial para a carreira do Ayrton Senna. Foi lá que em 1995 ele venceu de ponta a ponta, debaixo de um dilúvio. Foi sua primeira vitória em um GP de Fórmula 1 a bordo do mais icônico carro que ele pilotou: a Lotus preta, que também foi pilotada por Emerson Fittipaldi, mas é com o Ayrton que muitos de nós se lembra. Foi uma prova conduzida com maestria pelo Ayrton: como já dito, ele liderou de ponta a ponta e mais, aplicou uma volta de vantagem a quase todos os pilotos, a não ser no segundo colocado, o piloto Michelle Alboreto que pilotava uma Ferrari. Nigel Mansell, que também estava na prova, terminou em 5º, a DUAS VOLTAS de Ayrton.
Esta primeira vitória de Ayrton em Portugal só aconteceu por capricho. No ano anterior, o de sua estréia, correndo pela Toleman-Hart em Mônaco, Ayrton só não venceu a prova, coincidentemente debaixo de forte chuva, porque o diretor da prova, ex-piloto belga Jack Ickx, encerrou a prova logo após Ayrton ultrapassar Alain Prost na volta que se inciava, a 32ª. Pelo regulamento, no entanto, a classificação final se daria pela volta completada por todos os pilotos antes da bandeira vermelha, da de número 31. E nela, Prost liderava a prova. No GP de Mônaco, em 1984, ocorria o primeiro pódio de Ayrton.
As lembranças de Ayrton sempre estarão em nossas memórias.
Foram 11 temporadas, 3 títulos e 4 equipes defendidas. Foram 41 vitórias em GP’s, 65 pole positions e 19 voltas mais rápidas.
Não são mais números expressivos, muitos já superados por Michael Schumacher, e outros por Hamilton. Mas, para nós brasileiros, será sempre o maior de todos. O que poderia ter chegado mais longe com os números.
Faleceu como um artista, aos 34 anos, onde mais gostava de estar, em seu palco. Fazendo o que mais amava e sempre procurando segurança e a vida de seus companheiros. Questionou a realização do GP após acidentes nos treinos: Rubens Barrichello na sexta-feira e Roland Ratzenberger no sábado. Ratzenberger que faleceu em decorrência dos múltiplos traumas decorrentes de seu acidente. No dia da prova, Ayrton sofreu um acidente em decorrência de uma barra de direção rompida. Uma falha no considerado melhor carro na época: a tão sonhada Williams.
27 anos sem vê-lo nos finais de semana de corridas da Fórmula 1, faz muita falta. Mas ver um piloto qualificado, extremamente hábil, honesto e competitivo como Lewis Hamilton é incrível. Ainda mais sabendo que o heróis desta lenda é o Ayrton, faz de mim um representante da torcida de Ayrton na torcida de Lewis.