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O ano era 1995, um ano após a posse do primeiro presidente eleito da República da África do Sul após o terrível regime do Apartheid que em 1948 foi implantado naquele país e mantido pelos governos de minoria branca.

Em 1992 após as negociações para o fim do regime dar andamento e consolidarem o sufrágio que elegeria Mandela, o órgão máximo do esporte IRFB, hoje World Rugby, permitiu o retorno dos sul-africanos às competições e logo eles seriam escolhidos como país sede do próximo mundial, em 1995.

Nelson Mandela tinha sido liberado de quase 30 anos de prisão política por questionar e defender o fim do Apartheid com seus companheiros de lutas e, quatro anos depois de libertado assume a presidência do país e lidera seu povo a um regime de união – ele não queria que o país seguisse em segregação.

A seleção principal de rugby da África do Sul, os Springboks, era formada pelos homens brancos (africâneres e britânicos) na época do governo segregacionista. Existiam também a equipe dos “coloureds”, os Proteas, e a dos negros, os Leopards.

Mandela investiu esforços em torno dos Springboks que disputariam o mundial em casa e criou uma grande movimentação popular para apoiar o selecionado independentemente qual fosse a origem do cidadão sul-africano.

Seu objetivo foi atingido a duras penas: a seleção de seu país até poucos meses antes do torneio não vivia um bom momento e fez partidas muito difíceis durante a competição que poderiam ter eliminado o time.

A final tão sonhada por Mandela e pelos rugbiers sul-africanos chegou no dia 24 de junho de 1995. O adversário era a Nova Zelândia, conhecidos como All Blacks por seu uniforme ser completamente preto. Os neozelandeses era o mais temido time à época, tinha feito partidas perfeitas (inclusive uma com placar centenário) e tinha o jogador que era considerado imbatível no torneio, Jonah Lomu. Mas os Springboks fizeram a partida perfeita no mais profundo grau de trabalho em equipe imposto pelo técnico Kitch Christie e efetuado em campo pelos jogadores capitaneados por François Pienaar, que era o pilar de Mandela na equipe.

A equipe da África do Sul venceu a toda poderosa Nova Zelândia, ergueu a taça Webb Ellis em casa, no estádio Ellis Park em Joanesburgo. A equipe que tinha apenas um jogador coloured, Chester Williams, foi realmente acolhida pela nação que começava a se unir, passava a ser a nação de brancos, coloured e negros.

O governo de Nelson Mandela foi um governo que trabalhou e se esforçou para unir a nação sul-africana. Sabemos que as diferenças raciais ainda existem no mundo todo, inclusive no Brasil, mas exemplos baseados no esporte nos princípios de Pierre de Coubertin sempre serão exemplos de paz e união dos povos.

Essa história pode ser vista no filme Invictus de Clint Eastwood e estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon.

Sobre Mim

Luis Kolle

Luis Kolle

MTB 86.444/SP ACEESP 2980 Jornalista com 9 anos de experiência em redação de esportes, 4 anos como coronista esportivo para rádios na web e 5 anos com podcasts sobre gerenciamento de esportes e rugby; Experiência de cobertura em mais de 20 partidas de teste da seleção brasileira de rugby e quase 10 torneios internacionais, incluindo Jogos Olímpicos de 2016 e 3 etapas da World Sevens Series. Engenheiro sênior de telecomunicações com 25 anos de experiência em projetos e implementação de sistemas e equipamentos de telecomunicações, incluindo radiodifusão e transmissão de voz e imagem.

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